sexta-feira, 20 de julho de 2012


Canadá é o novo vilão de

 Guantánamo

Um dos maiores aliados dos EUA, o Canadá põe em risco o progresso

 da libertação de detentos em Guantánamo


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É difícil imaginar alguém feliz com o fato de ser deportado para um
 Sudão em plena guerra e devastado pela seca. No entanto, não há 
dúvidas de que esse destino veio como um alívio tremendo para 
Ibrahim al-Qosi.
Durante a última década, a casa de al-Qosi foi uma cela em
 Guantánamo, prisão dos Estados Unidos em Cuba.
Sua transferência para Khartoum, em julho, foi a primeira ação
 do tipo, durante o governo de Obama, e uma indicação do quanto a
 situação dos detentos (e da justiça militar) melhorou em Guantánamo,
 assim como os obstáculos que ainda existem.
Os 52 anos de al-Qosi não representam nenhuma ameaça à segurança 
nacional. Ele foi um trabalhador braçal nos campos de treinamento de
 Osama Bin Laden após 1996. Em 2010, ele chegou a um acordo judicial
 com o tribunal, admitindo ter apoiado o terrorismo em troca de mais 2
 anos de reclusão. O Sudão concordou em recebê-lo após sua libertação.
 Restam mais 168 prisioneiros a serem libertados. Um deles já teria sido
 libertado se um dos aliados mais próximos dos EUA parasse de bloquear
 sua repatriação.
Omar Khadr é um cidadão canadense que tinha 15 anos quando foi 
capturado no Afeganistão, em 2002. Em 2010, Khadr se declarou culpado 
de cinco acusações, incluindo assassinato, em um acordo que o tornou 
elegível para uma transferência para uma prisão canadense, após mais um 
ano de reclusão.
Em uma nota diplomática aos EUA, o governo do Canadá indicou que iria 
“considerar favoravelmente” o retorno de Khadr. Agora, porém, o ministro 
de Segurança Pública do Canadá, Vic Toews, mudou o tom da conversa para 
um fluente “burocratês”. Citando a necessidade de um relatório da agência
 de prisões do Canadá, ele se recusa a pedir formalmente a transferência de
 Khadr, uma necessidade diplomática.
A crescente oposição da opinião pública é, sem dúvida, um fator influente
 para Vic Toews: em uma pesquisa feita pelo Abacus Data,  53% dos canadenses 
acham que Omar Khadr é uma ameaça à segurança.
A hesitação do Canadá teve um efeito perigoso em Guantánamo. O chefe
 da promotoria dos EUA, Brigadeiro-General Mark R. Martins, tem,
 sabiamente, feito acordos como os detentos dispostos a testemunhar 
contra outros detentos, considerados de maior escalão da Al Qaeda. Ao
  deixar Khadr no limbo, o Canadá tem prejudicado acordos semelhantes
com outros detentos.
Após as reformas de 2009, o sistema de tribunal militar, está finalmente 
começando a trabalhar, e a nova ênfase em acordos com os detentos é um
 dos maiores motivos. Mas, sem a colaboração do Canadá, esse  progresso
mn está em risco.
OPINIÃO&NOTICIA

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