segunda-feira, 30 de julho de 2012


ESTADOS UNIDOS

Tecnologia militar em xeque

Almirante norte-americano questiona a tecnologia stealth e propõe novas diretrizes

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Oficiais de patentes elevadas tendem a se esquivar ao máximo de controvérsias
 públicas. Mas o almirante Jonathan Greenet, chefe das operações navais
 americanas, fez uma investida na última edição de um periódico especializado
 em tecnologia militar. Seu artigo parece questionar o valor da tecnologia stealth
 por trás do maior projeto armamentista da história, o enorme e caro 
programa de desenvolvimento dos aviões de combate F-35.
Isto é bastante controverso: o F-35 é o orgulho do Pentágono e uma vitrine
 da liderança tecnológica e da supremacia militar dos Estados Unidos. Mas
 o argumento do almirante, exposto no periódico Proceedings, publicado
 pelo Instituto Naval dos EUA, também tem um tema mais amplo. As
 aquisições de equipamentos militares têm um foco excessivo em produzir
 novos navios e aviões cada vez mais caros, com projetos complexos e com 
equipamentos embutidos para lidar com ameaças específicas. Em vez das
 aquisições serem centradas nas plataformas, o país deveria se concentrar 
em plataformas altamente adaptáveis, com a capacidade de transportar
 armas e sensores que possam ser adicionados ou removidos dependendo
 da missão ou do progresso tecnológico.
Dado o custo para produzir novas plataformas e a necessidade de
 mantê-las em atividade por um período que pode ser superior a 50 
anos, o almirante Greenert defende que estas sejam projetadas mais como
 “caminhões”: dotadas de muito espaço e capacidade energética para
 acomodar diferentes cargas. Algumas das plataformas mais antigas do
 Pentágono se revelaram caminhões muito melhores do que suas sucessoras.
Graças a seu enorme porte, capacidade de estocagem de energia e número
 reduzido de sistemas integrais, o USS Enterprise, de 50 anos de idade, se 
revelou mais adaptável do que projetos mais novos ao ser comparado a
 porta-aviões mais modernos. Diferentemente destes, o Enterprise tem 
espaço, área de armazenamento e capacidade de geração de energia para
 transportar novos tipos de aviões e novos sistemas.
O almirante Greenert iniciou uma tempestade ainda maior ao afirmar que 
as vantagens da estimada tecnologia stealth serão “difíceis de serem
 mantidas”. Ele argumenta que os sensores do lado inimigo podem operar
 em frequências magnéticas mais baixas do que a tecnologia stealth é 
projetada para enganar, e podem usar um poder de processamento que
 cresce exponencialmente para revelar a localização de uma plataforma
 deste tipo. Em outras palavras, na luta contínua entre aqueles que se
 escondem e aqueles que tentam encontrá-los, os Estados Unidos vão
 se esforçar cada vez mais para manter a vantagem que tiveram nas
 últimas duas décadas.


fonte OPINIÃO &NOTICIA

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