segunda-feira, 8 de outubro de 2012


O BRASIL, O BRICS E A NOVA ARMA HIPERSÔNICA 
DOS EUA

O fato de os Estados Unidos, mesmo em crise econômica e política – 

com milhares de pessoas

 ocupando as ruas para protestar contra o sistema – terem anunciado o 

sucesso, há três dias, do 

vôo de teste, entre o Havaí e as Ilhas Marshall, de uma nova bomba 

voadora de velocidade

 supersônica [‘Advanced Hypersonic Weapon’ (Arma Hipersônica Avançada)]

 capaz de voar com 

velocidade cinco vezes mais rápida que a do som], capaz de atingir qualquer 

ponto do globo em 

menos de uma hora, tem que servir de alerta para o Brasil e para o BRICS.

Enquanto investimos bilhões na compra de equipamento e tecnologia militar obsoleta, como os
 submarinos Scorpéne e, eventualmente, o Rafale, desenvolvidos há mais de 30 anos, os Estados 
Unidos não cessam de pesquisar novas armas de destruição em massa, e sistemas de armamento
 naval como o canhão magnético de munição cinética, anunciado no ano passado, que não depende
 de combustível para atingir alvos a uma distância de 300 quilômetros.

Isso, apesar de Washington ter déficit de 7 trilhões de dólares, boa parte dele derivado dos 35

 bilhões de dólares que gasta, por semana, para manter seus soldados no Iraque e no Afeganistão, 
países dos quais já prepara a retirada de suas tropas convencionais – com o rabo entre as pernas – 
a partir do ano que vem.

A insistência de os Estados Unidos em continuarem se armando, mesmo em uma situação de crise

 econômica e institucional crescente, aponta para a cristalização de uma perigosa equação, que, do 
ponto de vista do resto do mundo – excetuando-se a Europa, cada vez mais submissa aos interesses
 norte-americanos – equivale a um mendigo louco com uma arma na mão na praça de alimentação de
um Shopping, ou, à velha metáfora, mais usada antigamente, de um macaco solto em uma loja de louças.

Como a história mostrou nos anos do equilíbrio do terror da Guerra Fria, quando os EUA não ousariam 

invadir países como o Iraque e o Afeganistão sem a aquiescência tácita da URSS, de nada adianta 
construir uma nova ordem multipolar, se o poder no mundo continuar obedecendo a uma situação 
unipolar do ponto de vista militar.

O BRICS tem se erguido, nos últimos anos, na economia e na diplomacia, justamente para fazer frente

 à Europa e aos Estados Unidos, porque o mundo não pode continuar refém, como tem acontecido, 
das decisões que são tomadas em uma Europa e em uma América do Norte cada vez mais frágeis, no 
âmbito político-institucional, e cada vez mais decadentes, do ponto de vista econômico.

Nada disso funcionará, no entanto, se a projeção do crescente poder do BRICS não se fizer, também, 

na área militar. Não dá para se pensar em estratégia de defesa viável, no futuro, se não juntarmos
 nossos recursos financeiros e tecnológicos, nosso conhecimento e nossos pesquisadores militares
 aos da Rússia, da China, da Índia e da África do Sul para o desenvolvimento de nova geração de 
armamentos que vá, como está ocorrendo com os Estados Unidos, um pouco além do armamento 
convencional hoje existente.

Não se pode confiar nem cooperar com os países ocidentais nessa área. Eles só nos veem como 

“parceiros” da hora dos coquetéis de seus adidos militares, ou quando têm interesse de nos vender
 material obsoleto para utilizar o lucro no desenvolvimento de novas gerações de armamentos. 
Quando chega o momento de a onça beber água, eles se aliam entre si, e nos veem como sempre
 nos viram, como um bando de subdesenvolvidos. Que o diga a Argentina, que até hoje não 
esqueceu as lições que aprendeu quando precisou de armamento para reposição na Guerra das Malvinas.”

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