PACIENTES TERMINAIS
Suicídio assistido:
de tabu a tendência
Outrora um tabu, auxiliar doentes terminais a morrer
começa a ser aceito no mundo
Os eleitores em Massachusetts decidirão no mês que vem se um paciente
terminal com menos de seis meses de vida tem o direito de contar com
o auxílio de um médico para cometer suicídio. Caso seja aprovado,
como as pesquisas de opinião sugerem, o estado será o terceiro, após
Oregon e Washington, a legalizar o suicídio assistido. Uma lei foi
apresentada em Nova Jersey no mês passado descriminalizando
a prática. O Supremo Tribunal de Montana deliberou que médicos
não podem ser processados por receitar remédios letais para
pacientes terminais.
Quando Jack Kevorkian, médico americano preso após admitir
auxiliar 130 pacientes a morrer, foi julgado pela primeira vez em
1994, o auxílio a suicídio era crime em todos os lugares, com exceção
da Suíça. Agora a tendência está se espalhando por vários lugares
(embora não na Ásia ou em países muçulmanos, onde continua
sendo um tabu).
Na Europa, Holanda, Bélgica e Luxemburgo permitem o suicídio
assistido. Leis de iniciativa privada para legalizar a prática entrarão
na pauta de votação nos parlamentos escocês e de Londres no início
do ano que vem. Na Nova Zelândia, uma iniciativa legislativa privada
espera a sua primeira votação. No Canadá o recém-eleito partido
majoritário de Quebec planeja votar leis semelhantes. Na Austrália
o Parlamento de Nova Gales do Sul também está debatendo a questão.
Mesmo na católica Irlanda, uma decisão do Supremo Tribunal será feita
em breve a respeito de se o parceiro de uma vítima de esclerose múltipla
pode ajudá-la a morrer sem ser processado.
Tudo isso reflete uma grande mudança em direção ao pensamento secular
e à autonomia individual bem como uma preocupação crescente em relação ao processo de morte dispendioso, deprimente e dependente de remédios no mundo desenvolvido. O suicídio assistido tipicamente conta com um apoio extraordinário da opinião pública; já legisladores, grupos de pressão pró-vida, igrejas e associações de médicos tendem a ser mais melindrosos. Eles receiam que um suicídio assistido legal e digerível terá consequências sociais e morais terríveis. No entanto, as salvaguardas são abundantes e as evidências de abusos escassas em relação às medidas adotadas até agora.
As perspectivas de perda de autonomia, dignidade e da habilidade de aproveitar a vida são as principais razões citadas por aqueles que querem o suicídio assistido.
Fontes: OPINIÃO&NOTIICIA
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