terça-feira, 30 de outubro de 2012


Tufão atinge as Filipinas e Estados Unidos sofrem com o gelo

Duas grandes tempestades concentram as atenções da Meteorologia do mundo no final desta semana. No Pacífico Ocidental, o super tufão Durian (foto acima do NOAA) chegou a atingir categoria 5 com vento próximo dos 300 km/h e passa agora a atingir as Filipinas. A grande preocupação é que Durian deve afetar a ilha principal de Luzon, onde se encontra a maior densidade populacional e a área metropolitana da capital Manila que tem uma população superior a 12 milhões de pessoas. O tufão ganhou força de forma explosiva entre terça e quarta-feira ao encontrar baixa divergência vertical de vento e ao avançar sobre águas muito quentes. Não bastasse o vento que pode soprar com rajadas entre 150 e 200 km/h na região de Manila, o lento deslocamento do sistema deve fazer com que ele despeje uma enorme quantidade de chuva sobre o território filipino. Veja na imagem abaixo a projeção de avanço da tempestade pelo Joint Typhoon Warning Center (JTWC) e como a trajetória prevista leva o centro da tormenta direto para a região de Manila.
O leste das Filipinas já era atingido por chuva forte e vento intenso no final da quarta-feira (clique aqui para dados em tempo real de uma estação automática na cidade de Naga). Contudo, a situação vai se deteriorar mesmo é durante esta quinta-feira e amanhã com possíveis consequência desastrosas a localmente catastróficas. A ilha de Luzon deve ser afetada por vento de até 200 km/h e chuva copiosa. Como sempre ocorre nas Filipinas, o risco é muito elevado de inundações e deslizamentos de terra com possibilidade de perda de vidas humanas e grandes danos materiais. Durian deve ser uma tempestade que tende a produzir mais danos que Xangsane, um tufão categoria 4 que passou por Manila em 27 de setembro. No total, 218 pessoas morreram e os danos foram estimados em mais de 100 milhões de dólares. As aulas foram suspensas e o país colocado em estado de alerta máximo.
Durian vai provocar muita chuva em uma região com solo já extremamente saturado de umidade. As Filipinas foram duramente atingidas nesta temporada de tufões e a atual tormenta será a quarta a afetar a região em apenas noventa dias. O tufão Chebi recém atingiu Luzon como categoria 3 em 11 de novembro. O super tufão Cimaron atingiu a ilha como uma tempestade categoria 5 em 29 de outubro com vento próximo dos 300 km/h.
A outra grande tempestade que concentrará atenções no mundo vai ter lugar na América doNorte. No começo da semana, uma poderosa massa de ar frio chegou ao noroeste dos Estados Unidos e à região de Vancouver no Canadá. Em Seattle, que está tendo o mês de novembro mais chuvoso de sua história, a neve acumulou uma polegada (foto acima). Nas próximas horas uma nova tempestade deve atingir a região com chuva e mais neve. Este sistema pode ser histórico à medida que pode garantir o pouco que falta de precipitação para que Seattle estabeleça um novo recorde. Se este novembro já é o mais chuvoso já registrado, precipitação adiciona antes do término de novembro pode garantir que este mês seja o mais chuvoso em qualquer época do ano em todos os tempos.
O ar gelado que ingressa pelo noroeste e o norte dos Estados Unidos vai encontrar um sistema de baixa pressão que avançará do sul norte-americano e as condições estarão criadas para uma tempestade de inverno com gelo, chuva congelante e muita neve que deve afetar o Meio-Oeste e até mesmo alguns estados do sul do país. Pode nevar no norte do Texas e o Meio-Oeste assim como parte das Planícies Centrais devem sofrer com muito gelo e neve. No final da tarde de quarta-feira o gelo já começava a cair no Kansas, tornando o trânsito nas estradas extremamente complicado no retorno para casa.
A MetSul Meteorologia está projetando que o ar muito gelado antes mesmo do começo do inverno não vai deixar os Estados Unidos tão cedo. Grande parte do país estará coberto de ar gelado nesta segunda metade da semana à medida que o ar ártico avança em direção ao nordeste norte-americano. Nas áreas próximas dos Grandes Lagos como Illinois e Michigan podem se produzir intensas nevadas. Chicago, por exemplo, teve um mês de novembro com pouca neve (ver abaixo), mas deve ficar branca agora com a chegada do ar gelado do norte e o ingresso da instabilidade do sul.
Os mais recentes dados analisados pela MetSul Meteorologia indicam que haverá um reforço de ar frio para o nordeste dos Estados Unidos no final de semana e que na primeira semana de dezembro existe a possibilidade de ingresso de um segundo reforço de ar congelante ainda mais intenso na costa leste norte-americana. O resultado será uma primeira quinzena de dezembro com temperatura muito abaixo da média no nordeste dos Estados Unidos, particularmente na região da Nova Inglaterra, com neve abundante, gelo e possível quebra de recordes diários de temperatura mínima em algumas localidades.

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